Reuters. Por Christiaan Hetzner e Nicola Leske - Os alemães têm cada vez mais medo de se tornar alvo de criminosos na Internet, e 85 por cento deles diz temer que os dados de seus cartões de crédito sejam roubados ou que alguém ganhe acesso às suas contas bancárias online.
De acordo com uma pesquisa da associação da indústria tecnológica alemã, a Bitkom, publicada nesta quinta-feira, a porcentagem de internautas com idade superior a 14 anos que teme esse tipo de ataque subiu a 85 por cento este ano, ante 75 por cento em 2010.
Dados confirmam que o problema vem crescendo, o que levou a polícia federal alemã (BKA) a alertar os internautas de que os criminosos se mostram extremamente inovadores e são capazes de adaptação rápida às mudanças em medidas de segurança.
Parte do problema é que 20 por cento dos usuários ainda não utilizam qualquer medida de proteção, segundo a Bitkom.
Agências policiais de todo o mundo estão se esforçando para combater o crime cibernético, mas cada semana parece haver um novo ataque --de ativistas promovendo uma causa a violações de segurança mais sérias e roubos de dados na Sony, no Citigroup e no Fundo Monetário Internacional (FMI).
Os diversos tipos de chantagem digital, por exemplo, têm ganhado força, e algumas pessoas se vêem forçadas a pagar alguma forma de resgate para que dados pessoais roubados não sejam vendidos pela Internet, enquanto empresas sofrem extorsão para evitar ataques às suas redes de computação.
"Os criminosos cibernéticos dependem cada vez mais da engenharia social. Tentam ganhar acesso a informações sensíveis ao colocar funcionários sob pressão ou explorando sua disposição de ajudar", afirmou Joerg Ziercke, diretor da BKA, em comunicado.
No ano passado, o número de crimes cibernéticos cresceu em 19 por cento na Alemanha, e os prejuízos causados por eles aumentaram em dois terços, para 61,5 milhões de euros (87,5 milhões de dólares), de acordo com dados da polícia federal alemã.
A prática do chamado "phishing" (roubo de dados) contra contas bancárias online quase dobrou, com o prejuízo médio por caso subindo a cerca de quatro mil euros.