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 Akihabara: o paraíso eletrônico que é o Paraguai do Oriente

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MensagemAssunto: Akihabara: o paraíso eletrônico que é o Paraguai do Oriente    Akihabara: o paraíso eletrônico que é o Paraguai do Oriente   EmptySex Jun 03, 2011 1:01 am


Darth Vader caminha tranquilamente pela calçada carregando sacolas de compras. No caminho, avista Goku, jogando Pokémon em um Nintendo 3DS, e Samus Aran, a protagonista da série Metroid, que apenas olha as vitrines conferindo as últimas novidades em animes.

O cenário pode parecer absurdo ou um verdadeiro sonho para qualquer nerd que se preze, mas saiba que ele existe, ainda que em menores proporções. A situação descrita acima muito bem poderia ser um relato de parte do cotidiano de Akihabara, região da cidade de Tóquio que é considerada por muitos um verdadeiro paraíso dos eletrônicos.

Todos os dias, mais de 150 mil pessoas visitam as suas lojas em busca das últimas novidades em games, eletrônicos, animes, filmes e tudo mais que possa satisfazer os desejos de nerds das mais variadas tribos. O local é, também, ponto de passagem obrigatório para turistas vindos de outras cidades e países.

Brilho eterno de um sonho geek

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Letreiros gigantescos nas fachadas dos prédios e luzes de neon em placas e outdoors dão um colorido especial à cidade, dando a impressão de que ela nunca dorme. Entretanto, é a partir das 8h da manhã que as ruas ganham vida com os milhares de visitantes que vêm até às suas lojas.

O preço dos produtos é outro atrativo. É possível encontrar gadgets usados, por valores muito abaixo do preço usual. Um notebook novo pode sair pela bagatela de US$ 200 e um smartphone usado não é revendido por mais do que US$ 5.

O consumidor pode olhar à vontade, tocar nas peças e fazer perguntas aos vendedores sem se sentir incomodado ou ter a sensação de que está fazendo algo de errado. Muitos produtos ficam em exposição nas ruas, longe do olhar de seguranças ou equipamentos eletrônicos de vigilância.

Essa, inclusive, é uma das razões pelo baixos índices de criminalidade. Além da conhecida cortesia do povo japonês, não há razões para furtar e tentar repassar as mercadorias adiante. Os valores de revenda teriam de ser ainda menores e, com severas punições envolvidas, acaba não valendo a pena o risco.

Onde os iguais são diferentes

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Num lugar em que cosplays, otakus e pessoas com um visual, no mínimo, excêntrico podem andar livremente pelas ruas sem chamar tanta atenção, andar com os trajes comuns que vestimos no dia a dia podem fazer com que você se pareça um estranho.

A maneira de se vestir é apenas mais uma marca registrada do local, que abriga lojas de departamentos das principais marcas de eletrônicos e escritórios de desenvolvedoras de jogos. Por conta disso, a maneira como alguns servidos são oferecidos também chama a atenção.

Na contramão dos eletrônicos, o custo de moradia no Japão ainda é muito alto. Assim, é comum que muitos jovens, literalmente, aluguem uma mesa em uma Lan House e façam dela seu verdadeiro lar. Podendo contratar planos acima de 100 Mb a preços acessíveis, muitos usuários optam por passar dias à frente do computador, improvisando banhos em torneiras e vivendo à base de salgadinhos e refrigerante.

Segundo o usuário DokJp, algumas lan houses japonesas são como pequenos hotéis, com cabines fechadas, de vários tamanhos e tipos. Além disso, contam com máquinas de drinks gratuitas, chuveiros completos e serviços de restaurante nas cabines.

A situação chegou a um ponto tão preocupante que até o Ministério da Saúde decidiu intervir, ameaçando fechar por tempo indeterminando os estabelecimentos que insistirem em deixar que os usuários passem mais de 24 horas ininterruptas online.

Tudo o que você precisa

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O estereótipo do nerd tímido, com dificuldades de conversar com alguém do sexo oposto e mais preocupado em achar um ponto de Wi-Fi do que uma namorada, também está presente na região. Claro, não é regra, mas oferta um serviço no mínimo curioso para os visitantes.

Por alguns dólares é possível alugar uma garota apenas para conversar e, acredite, há público para isso. Usuários e prestadoras do serviço são unânimes em afirmar que não há segundas intenções ou sexo envolvido. A oferta é apenas uma forma de minimizar a solidão, algo que as máquinas não são capazes de fazer de maneira satisfatória.

A tentativa de fazer os visitantes se sentirem sempre à vontade também está presente em cada gesto do comércio. Ao fazer uma compra, por exemplo, todos os funcionários se voltam para o consumidor para agradecer com um sonoro “muito obrigado”. Não importa se você gastou US$ 5 ou US$ 5 mil.

Akiba contra o tempo


Mesmo as recentes tragédias ocorridas no Japão não parecem afetar o desempenho do comércio local. O famoso “bairro eletrônico” japonês começou a ser construído na década de 50, durante a reconstrução do país após a Segunda Guerra Mundial.

O local abrigava uma pequena feira de produtos relacionados à eletricidade e à eletrônica. As peças de rádio estavam entre as mais procuradas, uma vez que, na época, era comum as pessoas comprarem as peças para montar os seus próprios aparelhos.

Com a retomada da economia japonesa, televisores e eletrodomésticos também tiveram o seu auge nas duas décadas seguintes. Em 1976, a NEC instalou no bairro a primeira loja do país especializada em computadores. De lá para cá, apenas cresceu e hoje abriga as principais marcas de eletrônicos do mundo. Aos domingos, a via principal é fechada e se transforma em um calçadão onde jovens otakus desfilam caracterizados como os seus personagens favoritos.
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