Mensagens : 223 Data de inscrição : 11/03/2011 Idade : 32 Localização : Uberaba-MG
Assunto: Como será a TV da próxima década? Sex Mar 18, 2011 12:13 am
Olhe para a tela da sua televisão agora e tente fazer um exercício de futurologia: a que tipo de TV você estará assistindo na próxima década? Embora pareça simples, a pergunta não tem uma resposta tão óbvia. Afinal, dia após dia novas tecnologias chegam ao mercado, prometendo transformar por completo a experiência do espectador.
Se você voltar um pouco no tempo, há pouco mais de dez anos as telas de LCD eram a grande vedete do mercado. Os aparelhos mais simples, ainda sem tela Full HD e com 32 polegadas, podiam ser encontrados por até R$ 10 mil, ficando muito distantes da realidade da maioria.
Entretanto, hoje é comum encontrarmos telas de LCD de 32 polegadas por valores abaixo até de R$ 1 mil. Porém, o que era sucesso na década passada, pode parecer uma peça de museu para os usuários com melhores condições financeiras e mais atentos às novidades do mundo tecnológico.
As telas de R$ 10 mil continuam existindo. Aliás, se você pesquisar, há produtos com valores muito acima disso. Porém, a quantidade de opções que os produtos oferecem e a qualidade de imagem proporcionada fazem qualquer um ficar boquiaberto. Mas até onde essa evolução será capaz de chegar?
A TV que você vê
Telas com suporte para 3D, aparelhos extremamente finos e qualidade de imagem acima de 1080p. Tudo isso já existe. Contudo, a menos que você trabalhe diretamente na indústria ou tenha uma ótima condição financeira, é pouco provável que você pertença à minoria que possui telas como essas.
Historicamente no Brasil, em se tratando de televisão, o país costuma estar cerca de duas a três gerações atrasado para o consumidor final. Ou seja: é como se o produto mais novo disponível nas lojas brasileiras tivesse, em média, 1,5 anos em relação à data de lançamento em seu país de origem.
Embora muitos usuários reclamem desse longo período de espera, não haveria razão para colocar o Brasil em pé de igualdade com os países desenvolvedores, equiparando as datas de lançamento. Afinal, mesmo chegando com pouco mais de um ano de atraso, ainda assim os valores são altos, devido à carga tributária e à baixa demanda por produtos de custo elevado.
Assim, basta dar uma olhada no perfil das telas de TV em destaque nas lojas na atualidade. O período das telas de LCD como novidade já passou. O que vemos hoje são aparelhos como esses começando a se tornar populares, com preços na faixa entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil.
A bola da vez, ao menos no mercado brasileiro, são as telas de LCD com painel de LED, que em relação ao ano passado apresentam quedas de até 40% no valor. Embora ainda existam modelos que custem R$ 10 mil, são as telas com valores entre R$ 2 mil e R$ 4 mil que hoje povoam o sonho de consumo da maioria da população.
Embora o ciclo dos produtos esteja cada vez menor, o Brasil tem uma característica singular em se tratando de televisores. Os períodos que antecedem a Copa do Mundo são, historicamente, as épocas em que há maior renovação da linha de aparelhos por parte dos consumidores.
Dessa forma, é provável que em 2014, em especial pelo fato de a Copa ser no Brasil, e em 2018, o país novamente modifique sua cultura em termos de aparelhos de televisão e uma nova linha de aparelhos se torne acessível para as classes mais populares, como aconteceu com as telas LCD em 2010.
A TV que você não vê
Telas com suporte para 3D sem a necessidade de óculos especiais, aparelhos com apps exclusivos, acesso à internet e integração com redes sociais. Qualidade de imagem acima de 1080p, espessura extremamente reduzida, 1 trilhão de cores e altas taxas de frequência.
Tudo isso que você acabou de ler acima já existe e está nas mãos de muitos consumidores, em especial japoneses e norte-americanos. Até mesmo usuários brasileiros já desfrutam de alguns aparelhos com tecnologia de ponta. Contudo, tanto lá quanto aqui, as tecnologias mais modernas ainda estão nas mãos da minoria dos consumidores.
É natural que uma novidade no mercado, inicialmente, recaia nas mãos de poucos felizardos com melhores condições. Como são produzidas poucas unidades, o custo é alto e, somente com ela se tornando popular, é que o preço diminui e uma parcela maior dos usuários tem acesso às peças.
As tendências para os próximos anos, levando-se em consideração as tecnologias de ponta existentes na atualidade, são bastante claras. Imagens em alta definição estão chegando a um limite muito próximo ao do que o olho humano é capaz de perceber.
Além das telas com resolução Full HD, praticamente um item obrigatório na atualidade, tecnologias como a Quad-Pixel, desenvolvida pela Sharp, permitem a exibição de até 1 trilhão de cores. Ou seja, por mais que existam possibilidades de avanço – e, acredite, existem – não haveria sentido dispor mais cores em um aparelho do que o olho humano é capaz de captar.
Para aqueles que acreditavam que a internet poderia matar a TV, o que está se vendo é justamente o oposto, com a TV integrando acesso à internet e transformando essa possibilidade em um diferencial de mercado. Apps exclusivos, download de conteúdo, interatividade e integração com outros aparelhos da casa já são realidade, mesmo em aparelhos com mais de um ano de mercado.
Nos últimos dois anos, em especial com a popularização do 3D nas salas de cinema, o suporte para o formato invadiu a casa do consumidor. Além dos televisores, jogos de video game, consoles portáteis e, até mesmo, celulares já contam com a possibilidade de exibir imagens em três dimensões.
Atualmente, os óculos especiais tidos como um mal necessário para o formato, também estão perdendo espaço. Se no Brasil o primeiros modelos de TV 3D ainda não completaram um ano, nos EUA já é realidade a comercialização de telas com suporte para o formato que dispensam o uso de óculos.
2021: o ano em que faremos contato
Prever quais tipos de tela estarão no mercado nos próximos cinco anos não é uma tarefa difícil. Embora o ciclo de vida dos produtos esteja cada vez menor, algumas tendências estão próximas de um limite técnico e físico e, por isso, caso não haja novidades em termos de materiais a serem utilizados, dificilmente teremos algo tão revolucionário nesse segmento.
Boa parte dos esforços da indústria, ao menos por enquanto, está centrado na descoberta de maneiras de se consumir menos energia e dissipar com mais facilidade o calor. Com telas cada vez mais brilhantes e luminosas, é natural que o consumo de energia cresça.
Algumas soluções, como a utilização da luminosidade do ambiente como backlight, vêm ganhando espaço entre os especialistas. Uma tela transparente apresentada pela Samsung demonstra um princípio similar e também pode se destacar no futuro. O modelo da Samsung, além de reduzir o consumo de energia, funciona bem em outro requisito: integração com o ambiente.
Com telas cada vez mais finas, próximas a um limite físico e apresentando variações muitas vezes menores do que 1 centímetro entre um modelo e outro, os modelos que melhor se integram ao ambiente sairão na frente na disputa pela atenção do consumidor.
A ideia de que a televisão é uma espécie de “janela para a realidade” cada vez mais estará presente no dia a dia do usuário. Voltando a ocupar um lugar de destaque na residência do consumidor, a televisão deverá ser ainda um elementos de decoração do ambiente, se integrando de maneira fluída ao cotidiano.
A holografia é outra possibilidade levantada por alguns especialistas. Com a chegada do 3D, estar mais próximo aos olhos do usuário, saindo da tela, é o desejo mais cobiçado pela indústria, e uma das características mais esperadas pelos usuários. A holografia, se disponível com um resultado final de qualidade, poderá, literalmente, colocar astros e estrelas da telinha em pé no tapete da sua sala.
As poucas experiências existentes nesse campo apontam boas possibilidades para o formato. Contudo, assim como as telas com suporte para 3D tiveram um expressivo desenvolvimento em apenas três anos, é possível que, caso o consumidor realmente se demonstre interessado na holografia, ela possa avançar rápido e pintar nas primeiras telas na virada da década, em 2021.
Com integração total aos demais aparelhos da residência, juntamente com os avanços das interfaces touchscreen e por meio de gestos, poderemos experimentar a sensação de viver em uma residência que se assemelhe a um Kinect gigante, completamente controlada por voz e gestos.
A TV, nesse sistema, poderá ter um papel central, funcionando mais ou menos da maneira como um servidor provê todas as necessidades para uma rede de computadores. Não se comportando como um mero objeto passivo diante do usuário, a TV da próxima década amplia as suas possibilidades e deve se consolidar não só como uma central de entretenimento, mas como o cérebro dos equipamentos de uma residência.
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Como você imagina que serão as TVs da próxima década? Quais tecnologias você gostaria de ver integradas à tela do seu aparelho? Participe contribuindo com a sua opinião nos comentários.